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terça-feira, 11 de junho de 2013

Sopro cardíaco, com orientação, não impede a prática de atividades físicas


Quando existe alguma pequena diferença na abertura ou fechamento das válvulas do coração, o sangue produz um ruído semelhante ao do vento




Por Rio de Janeiro


Homem com dor no peito euatleta (Foto: Getty Images)O sopro cardíacdo não é considerado uma doença
(Foto: Getty Images)
Sopro cardíaco é um ruído produzido pela passagem do fluxo de sangue através das estruturas do coração. Ele pode ser fisiológico (sopro inocente), ou patológico, em decorrência de defeitos no coração. Nos adultos, predominam os sopros que aparecem como complicações de cardiopatias provocadas pela febre reumática ocorrida na infância, doença que também pode afetar o sistema nervoso central e o sistema osteoarticular. O sopro não é uma doença, mas sim um sinal de doença. O que preocupa não é o sopro em si, mas a doença que está causando o problema. Por exemplo, sopros causados por anemia ou febre desaparecem após o tratamento destes. 
Durante o batimento cardíaco é gerado um ruído ("tum – tá") produzido pela passagem do sangue pelas estruturas do coração chamadas de válvulas (parecidas à mãos postas que se abrem e fecham no ciclo cardíaco), direcionando o fluxo de sangue dentro do órgão. Quando existe algum defeito ou mesmo alguma pequena diferença na abertura ou fechamento dessas válvulas, o sangue produz um ruído semelhante ao do vento quando passa por um buraco ("fuuuuuuu"), daí o nome sopro cardíaco, que o médico ausculta com o estetoscópio. O sopro cardíaco não impede a prática de atividades fisicas, desde que sejam seguidas as orientações médicas.
CAUSAS
Não existe uma causa específica para o problema. Dependendo das características do sopro e da sua localização, o cardiologista bem treinado poderá suspeitar de alguma alteração de uma ou mais válvulas cardíacas. Elas poderão estar mais estreitas, obstruindo a passagem de determinada quantidade de sangue, ou mais abertas, não se fechando completamente e deixando escapar um pouco do sangue. Essas alterações podem ser discretas e o sopro pode ser considerado funcional ou benigno (comum em atletas de elite) ou de alguma cardiopatia consequente à febre reumática na infância, ou por endocardite bacteriana (infecção grave) da válvula, além de outras causas. 
euatleta info componentes do coração (Foto: Editoria de Arte / EUATLETA.COM)

COMO EVITAR
Na verdade, não há uma maneira de evitar o sopro porque já aparece na formação do coração da pessoa. Após uma avaliação minuciosa, que compreende consulta especializada, eletrocardiograma, raio-x de tórax e ecocardiograma com doppler, define-se qual é o tipo do problema e se é possível a prática esportiva. Impõe-se aí o teste ergométrico com cardiologista para definir limites e a existência de algum risco na prática esportiva.

Sopro cardíaco: faça os exames e pratique exercícios com segurança 
TRATAMENTO
Até os casos mais graves podem ser tratados com sucesso através de cirurgia, com abertura da válvula obstruída ou a troca por próteses metálicas ou cobertas por tecido biológico do coração do boi ou do porco. Também estão em fase de teste tratamentos por cateterismo, mas não há previsão de quando estarão disponíveis. Sopros benignos não precisam de tratamento algum.
RELATOS
"Corro como qualquer outra pessoa. A diferença é que eu me limito um pouco, prefiro não forçar e não exagerar. Quando sinto que estou fazendo muito esforço, diminuo o ritmo. Certa vez, fiz uma meia e preferi caminhar em alguns trechos". Rodrigo Campo, São Paulo.
"Quando descobri que tinha sopro, fiquei assustada e com medo de praticar esportes. Com a orientação do meu cardiologista, tomei coragem e comecei correndo na academia. Hoje, eu pedalo e corro normalmente". Camila Santana, Rio Grande do Sul.
PALAVRA DO ESPECIALISTA
"O tratamento bem feito pode liberar o paciente para corridas de rua, entretanto recomenda-se evitar esportes com risco de traumas e de contato corporal como futebol, basquete, lutas e etc. Enquanto para o ciclismo, existem restrições para quem utiliza regulamente de medicações anticoagulantes (afinam) do sangue". Nabil Ghorayeb é cardiologista e especialista do EU ATLETA

As informações da matéria são do médico cardiologista Nabil Ghorayeb.

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