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terça-feira, 9 de julho de 2013

Coração de atleta: excesso de treino pode causar problemas cardíacos



Lado cardiovascular do overtraining é objeto de estudo médico há anos




Por São Paulo
Corrida de rua - corredor cansado - cansaço (Foto: Arte/TVCA)Corridor cansado: excesso de treinamento pode
acentuar problemas cardíacos (Foto: Arte/TVCA)
Uma guia publicado no Eu Atleta explicou o chamado “Overtraining e seus efeitos: cuidado para não exagerar nos treinamentos”, bem claro em relação ao aparelho locomotor e que pode acometer um atleta ou um esportista amador. O lado cardiovascular desse problema é objeto de estudos médicos há muitos anos. No Brasil, preferimos chamá-la de Síndrome do Excesso de Treinamento (SET) cardiovascular. O que seria isso? É o estado que fica o organismo ao sofrer uma redução crônica no desempenho e na capacidade de treinar, geralmente observado após desequilíbrio entre a intensidade\volume de treino e o período de recuperação.
Chamamos de coração de atleta aquele coração adaptado e crescido, encontrado numa pessoa que treina regularmente. No século XVII foi feita a primeira observação de que a atividade física intensa modificava o tamanho do coração e a primeira descrição médica detalhada do chamado Coração de Atleta, ocorreu logo após a primeira Olimpíada da era moderna em 1896, em corredores de esqui “cross-country” na neve. Nos últimos anos, apesar da polêmica quanto ao seu caráter benigno ou não, das várias alterações, foram definidas algumas características do coração de atleta como fisiológicas:
1 - frequência cardíaca por minuto (pulsação) menor do que de um sedentário;
2 - maior consumo máximo de oxigênio (VO2) no atleta, comparado com indivíduo sedentário;
3 - dilatação e hipertrofia cardíaca. A elevada intensidade e grande duração dos estímulos ao aparelho circulatório, num exercício contínuo, com a pulsação cardíaca perto da máxima suportada, superando os limites fisiológicos seguros e aceitáveis do treinamento, podem causar danos cardiológicos, bem diferentes das citadas alterações fisiológicas e benignas de um coração de atleta.
Pesquisas sobre os efeitos no aparelho cardiovascular, do intenso treinamento físico sem orientação profissional, nos mostram os sinais e sintomas mais visíveis:
- irritabilidade incomum,
- auto cobrança de melhor performance mesmo quando já conquistada,
- insônia,
- fadiga não usual em exercícios habituais;
- pulsação persistentemente elevada na faixa de 100/min, mesmo no descanso (sono/repouso);
- deficiente retorno da pulsação aos níveis do repouso, até depois de uma hora;
- discreto inchaço nos tornozelos;
- presença de perigosas arritmias cardíacas.
Acredita-se que o excesso de treinamento é o provável causador das disfunções cardíacas, ou seja, a “fadiga” extrema do coração, detectada nos exames como arritmias num coração aparentemente normal. É causado por alterações do sódio e do potássio, persistente aumento da adrenalina circulante (catecolaminas) e o importante e perigosa diminuição da imunidade desse atleta, facilitando ser infectado por uma virose ou outras infecções. Ao contrário do que se imagina, quem exagera malhando demais e sem orientação, se torna vulnerável à várias infecções.
Os efeitos desses excessos para o aparelho cardiovascular, são terríveis para a performance e para a saúde. O tratamento começa pelo total afastamento dos treinos e outras medidas já citadas no artigo anterior. A grande dificuldade ainda está em definir com exatidão, qual o limite fisiológico seguro de um esporte para o coração sadio de um atleta. Mas uma planilha bem elaborada pelo educador físico faz a diferença entre um bom e efetivo treinamento, da Síndrome do Excesso de Treinamento.
Colaborou Dr. Renato Kalil Uehbe (Residente de Medicina do Esporte)
* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.
Nabil Ghorayeb (Foto: Editoria de Arte / EUATLETA.COM)

Os benefícios que a corrida pode proporcionar à saúde do coração


A melhora do desempenho nas corridas de longa duração guarda a estreita relação com a melhora da função de bomba do coração



Por São Paulo

Quais os benefícios que a corrida proporciona para a saúde do coração? A corrida é basicamente um exercício aeróbico e sua prática regular potencializa exatamente o sistema de transporte de oxigênio do qual o coração é o órgão fundamental.
A melhora do desempenho nas corridas de longa duração guarda estreita relação com a melhora da função de bomba do coração. O limite de aptidão aeróbica é definido pelo volume máximo de sangue que o coração á capaz de fazer circular por minuto, contemplando órgãos e tecidos e particularmente os músculos em exercício.
Corredores euatleta corrida (Foto: Getty Images)A corrida é um exercício aeróbico e sua prática potencializa o transporte de oxigênio (Foto: Getty Images)


















Este volume de sangue bombeado por minuto é definido como débito cardíaco máximo e representa o produto do número de batimentos cardíacos máximo pelo maior volume de sangue que o coração consegue ejetar em cada batimento (sístole).
Os benefícios do treinamento proporcionam ao coração do corredor aumentar o débito cardíaco máximo. Este efeito decorre da adaptação progressiva do coração aumentando gradualmente o volume ejetado em cada batimento. Esta adaptação torna o coração uma bomba mais eficiente, proporcionando também o efeito mais evidente constatado em indivíduos treinados que é a redução dos batimentos cardíacos.
Como aumenta o volume ejetado em cada batimento, para manter um determinado débito cardíaco, por exemplo correndo num ritmo submáximo, o coração ajusta um número de batimentos por minuto mais baixo. O mesmo efeito observamos durante o repouso, quando os batimentos cardíacos do indivíduo treinado chegam a ter reduções bastante significativas.
Na literatura científica encontramos relatos de atletas com ritmo cardíaco de repouso na faixa de 30 batimentos por minuto. Isto significa uma frequência menor que a metade do indivíduo sedentário, o que projeta um volume ejetado em cada sístole maior que o dobro do que ocorre no coração “destreinado”.
Esta adaptação significa um grande benefício para a saúde do coração, e além de proporcionar a melhora do desempenho, também acena com uma distância mais longa na expectativa de qualidade de vida e longevidade.
* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.
Turibio Barros (Foto: Editoria de Arte / EUATLETA.COM)

A polêmica do salmão, segunda parte


'Não proíbo o consumo deste peixe por meus pacientes, mas acho importante que conheçam a procedência', afirma a nutricionista, Natália de Oliveira




Por Rio de Janeiro
Depois de publicada a matéria comparativa entre o salmão natural e o salmão de cativeiro, recebemos várias as observações contra e a favor do texto da nutricionista Natália de Oliveira. Cumprindo nossa obrigação de mostrar todos os lados da questão, retomamos o assunto.
O principal ponto de discórdia é em relação a quantidade de Ômega 3 disponível no salmão de cativeiro. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture) 100g de salmão de cultivo possuem  1,97g de Ômega 3 enquanto o salmão selvagem possui, nos mesmo 100g,  1,44g de Ômega 3. Outras boas fontes deÔmega 3 são peixes de águas frias, como atum, bacalhau, arenque, sardinha e truta.
Por outro lado, como a nutricionista Natália Oliveira afirmou no texto inicial, o salmão de cativeiro possui quase o dobro das gorduras totais daquele criado livremente no mar: 6,34g do salmão selvagem contra 13,42g do salmão de cultivo, segundo a mesma fonte. Ainda assim, a quantidade de gordura é 40% menor do que encontrada na carne vermelha (23,52g) segundo o United States Department of Agriculture.

- Como nutricionista, não proíbo em momento algum o consumo deste peixe para os meus pacientes, nem tenho dúvidas que seja mais saudável do que o consumo de carne bovina. No entanto, chamo atenção para o fato de que poderia trazer ainda mais benefícios se fosse criado naturalmente – afirma Natália de Oliveira.

Segundo um dos principais fornecedores de salmão do mercado brasileiro, o peixe recebe rações nutritivas e balanceadas, que usam os mesmos corantes carotenoides que o peixe consome em seu habitat natural. A diferença é que, no mar esse pigmento é proveniente de crustáceos, enquanto nas rações ele é proveniente de leveduras, e que tal pigmento não apresenta riscos à saúde humana.

Também alegam que as condições de higiene sofrem forte controle dos órgãos internacionais e que os medicamentos são usados para evitar doenças, em conformidade com as principais autoridades de regulação do mundo.

- Existem empresas que cultivam o salmão da forma permitida pela lei, e acho importante que tenham a preocupação de se comunicar com o consumidor. Mas também acho importante que o consumidor saiba o que está ingerindo e, como dito anteriormente, o salmão de cativeiro possui mais gorduras do que o salmão selvagem, além do acréscimo de corantes e antibióticos durante o processo de criação - concluiu.
salmão euatleta (Foto: Getty Images)Salmão de cativeiro tem o dobro da gordura total do salmão selvagem  (Foto: Getty Images)
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