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terça-feira, 18 de junho de 2013

Alongamento ajuda a evitar lesões no quadril e na lombar durante a corrida



Músculos fracos e sem estabilidade geram sobrecarga nas pernas e podem levar a contusões nas articulações e tendões




Por São Paulo

Um dos fatores que atuam no surgimento de lesões são os maus hábitos posturais. Você consegue imaginar uma mãe carregando seu bebê no mesmo quadril enquanto anda? Sua lombar é cronicamente sobrecarregada pelo peso em excesso, o que ocorre nos desequilíbrios musculares.
A força muscular e a estabilidade são muito importantes na prevenção de lesões. Abdômen e quadril fracos podem levar a lesões nas articulações e tendões, pois não conseguem apoiar essas estruturas adequadamente, gerando uma sobrecarga nas pernas. As contusões, principalmente aquelas nos membros inferiores, ocorrem quando as articulações, tendões, ligamentos e músculos não estão trabalhando a partir de sua posição ideal de estabilidade.
dor nas costas (Foto: Getty Images)A probabilidade de lesionar os músculos da região lombar aumenta durante a corrida (Foto: Getty Images)
























Quando vamos correr, os músculos das costas e quadril ficam tensos e contraídos, aumentando a probabilidade de lesões. Um aumento no balanço ou uma lordose na coluna lombar podem fazer com que os músculos da frente do quadril fiquem encurtados, não conseguindo trabalhar para flexioná-lo corretamente. A região fica comprimida e as articulações sacroilíacas e lombar ficam inflamadas.
Manter flexibilidade e força no quadril e na região lombar é importante para neutralizar o impacto e melhorar a postura durante a corrida.  Há alguns músculos importantes nos quais devemos concentrar o alongamento e fortalecimento, para combater o estresse postural e a falta de estabilidade do tronco.
Há músculos  nos quais devemos concentrar o alongamento "
Ana Paula Simões
O alongamento deve ser feito lentamente e sem dor por 30 a 60 segundos, repetindo o movimento três vezes. Você deve ser capaz de se esticar ainda mais a cada repetição, mas deve ter apenas a sensação de tensão muscular na área que está tentando alongar, não pode sentir dor. Concentre-se em manter as costas relaxadas enquanto estica os músculos.
Dicas de alongamento:
Piriforme - Este músculo fica profundo na região da nádega, sob os músculos glúteos, e é responsável por girar o quadril para fora. O piriforme encurtado pode causar dor na região glútea profunda e pode até mesmo irradiar a dor para a perna. Para alongar este músculo do lado direito, fique deitado de costas e traga o joelho direito sobre o peito em direção ao ombro esquerdo. Pegue o seu tornozelo direito com a mão esquerda e puxe o tornozelo em direção ao ombro esquerdo. Inverta esta sequência para alongar o músculo piriforme esquerdo.
Isquiotibiais - Os músculos isquiotibiais são responsáveis pela flexão do joelho e, em menor grau, pela extensão do quadril. O encurtamento dos músculos isquiotibiais é comum em pessoas com dor lombar. Há muitas maneiras de alongar esse grupo muscular, mas para uma ótima proteção da região lombar e o isolamento deste músculo, recomendamos ficar com a perna reta e calcanhar apoiado em uma superfície elevada. A altura de elevação do pé depende da flexibilidade. Em alguns casos, 90o é suficientemente elevado. Com a coluna reta e os quadris inclinados para frente, apontando para o pé, gire lentamente os quadris. Concentre-se em manter os quadris alinhados para frente. Como a flexibilidade vai melhorando, você pode levantar o pé maior ou trazer o seu corpo superior mais perto de sua perna, se mantendo sempre na posição correta.
Iliopsoas - Estes flexores do quadril são, provavelmente, os músculos mais negligenciados no tratamento de dores na coluna lombar, quadril e na virilha. Aperto ou tensão neste músculo pode causar dores na virilha, na lombar e até mesmo dor na parte da frente da coxa. Para alongar este músculo do lado direito, coloque o seu pé esquerdo em uma superfície elevada, com o joelho esquerdo dobrado e a perna direita mantida em linha reta (como a posição em que se alonga a panturrilha). Dobre a extremidade posterior para abaixo, fazendo uma inclinação pélvica e a mantendo em todo o trecho. Esta parte é a chave para alongar o músculo da frente do quadril. Mova seus quadris ligeiramente para a frente e, em seguida, incline o tronco um pouco mais para a esquerda. Você deve sentir o alongamento profundo na frente do quadril direito. Repita e, em seguida, faça o mesmo com o músculo esquerdo.
Tornando estes procedimentos parte de sua rotina de treinamento, o risco de lesões nas regiões lombar e do quadril irá diminuir significativamente.
* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.
card ana paula simões (Foto: arte Globoesporte.com)

Exercício aeróbico e musculação: atividades que se complementam



Treinamentos concorrentes (força e resistência) são mais eficazes para 
a hipertrofia do que o exercício com peso sendo usado de forma isolada




Por São Paulo

A associação do treinamento de resistência (endurance) com o treinamento de força é um conceito que passou por inúmeras controvérsias. Nos anos 70, quando surgiu a enorme ênfase da importância dos exercícios aeróbicos e o chamado método de Cooper prevalecia, os adeptos dos exercícios de endurance consideravam inadmissível associar exercícios aeróbicos com exercícios de força.
Da mesma forma, os praticantes de musculação, não aceitavam associar exercícios com pesos à prática de exercícios aeróbicos. Ambas as “facções” alegavam que exercícios de resistência e exercícios de força quando praticados de forma concorrente interferiam de forma negativa nos respectivos propósitos.
aeróbico musculação euatleta (Foto: Getty Images)Exercício aeróbico e musculação são atividades físicas que se complementam (Foto: Getty Images)
























Com a evolução dos conceitos da fisiologia do exercício, pouco a pouco esta ideia foi se modificando. Atualmente já se considera uma necessidade associar ambas as formas de atividade, principalmente por serem complementares.
Na realidade, quem pratica musculação sabe da necessidade de contemplar também seu condicionamento aeróbico com exercícios de resistência, assim como os programas de treinamento aeróbico sempre são associados ao fortalecimento muscular. O que parecia ser a conclusão, até então, é que uma forma de atividade simplesmente não prejudicava a outra. A evolução desse conceito passa a ser a hipótese do benefício interativo das duas formas de atividade, desde que se sigam algumas premissas.
Este tema foi abordado no recente congresso anual do Colégio Americano de Medicina Esportiva em Indianápolis que tivemos a oportunidade de participar. Um simpósio com especialistas no assunto estabeleceu as seguintes conclusões:
- Programas de exercícios concorrentes (força e resistência) são mais eficazes para melhora de resistência do que o exercício aeróbico isolado.
- Exercícios concorrentes são mais eficazes para hipertrofia do que o exercício de força. As evidências apontadas são cientificamente embasadas em estudos detalhados de expressão gênica de fatores responsáveis pelos respectivos efeitos, tornando as conclusões extremamente convincentes.
Parece que estamos verdadeiramente mudando paradigmas!
* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.
Turibio Barros (Foto: Editoria de Arte / EUATLETA.COM)

Recuperação mais rápida do corpo após os exercícios requer cuidados


Especialista indica reidratação imediata com água e sódio, aplicação de 
gelo nos músculos afetados e que tenha zelo ao fazer os alongamentos




Por São Paulo

O crescimento incrível do número de adeptos de caminhada e corrida principalmente nas duas últimas décadas é o sinal mais evidente da valorização da prática de atividades físicas até como fenômeno social. Acompanhando este movimento, os conhecimentos científicos voltados para o esporte tiveram um impulso muito significativo.
Corrida de rua Curso Isotônico (Foto: Divulgação)Reidratação imediata após os treinos com água e isotônicos ajudam na recuperação  (Foto: Divulgação)




















O resultado é que a ciência do treinamento esportivo se desenvolveu de forma fantástica. Hoje, qualquer corredor pode se beneficiar de muitas informações para implementar um programa de treinamento individualizado, contando inclusive com acessorias esportivas especializadas.
O crescimento do número de participantes de corridas de rua, inclusive em provas mais longas, como meia maratona e maratona, refletem como o treinamento esportivo evoluiu. Vale lembrar que, até pouco tempo, correr uma maratona parecia ser um desafio para o limite do corpo.
Entretanto, se a ciência do treino evoluiu dessa forma e com tanta velocidade, o mesmo não podemos dizer de uma área do conhecimento chamada de ciência da recuperação. A verdade é que se existe praticamente um consenso sobre treinamento, existe uma enorme controvérsia sobre recuperação. Aprendemos muito sobre como treinar e pouco sobre como recuperar!
A recuperação é uma ciência cujos conceitos talvez não sejam ainda consensuais. Entretanto, o conhecimento científico já proporciona o entendimento de processos que ocorrem durante a recuperação que podem ajudar muito aquele corredor que terminou uma prova e quer o mais rápido possível se recuperar do impacto do esforço realizado, inclusive para poder estar “inteiro” para treinar novamente.
Seguem algumas recomendações baseadas no consenso da literatura científica sobre procedimentos de recuperação:
- Se reidratar o mais rápido possível, valorizando principalmente a reposição de água e sódio. Após treinos ou provas mais longas repor durante os primeiros 30 minutos de recuperação 1 g/kg de peso de carboidrato e 0,25 g/kg de peso de proteína.

- Não alongar os músculos mais solicitados imediatamente após a corrida, neste momento os mesmos estão acometidos de micro-traumas e o alongamento não trará benefício algum.

- Se a prova foi exaustiva e existe o prenúncio de dor no dia seguinte, aplicar gelo durante 15 a 20 minutos o mais rápido possível. Este procedimento irá atenuar significativamente a dor muscular tardia e acelerar a recuperação.
* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.
Turibio Barros é Mestre e Doutor em Fisiologia do Exercício pela EPM. Foi membro do American College of Sports Medicine, prof. e coord. do Curso de Especialização em Medicina Esportiva da Unifesp e fisiologista do São Paulo FC e coord. do Depto de Fisiologia do E.C. Pinheiros -www.drturibio.com

Os benefícios invisíveis da corrida e caminhada para os atletas iniciantes


Trata-se de modificações que não vemos na balança, nem no espelho ou 
na fita métrica. Eles proporcionam resultados de um valor maior: a saúde




Por São Paulo

Certamente quem começa a praticar exercícios manifesta certa ansiedade para observar os efeitos do programa realizado. Quem começa a caminhar ou correr logo espera que o corpo sinalize com modificações estéticas favoráveis, as quais sem dúvida nenhuma vão entre outras coisas trazer uma melhora até da autoestima. O que se espera é que apareçam o mais rápido possível alguns benefícios visíveis como perda de gordura, aumento da massa muscular e a definição do corpo, principalmente dos membro inferiores.
corrida atleta Rio de Janeiro caminha  (Foto: Guilherme Leporace / Ag. O Globo)Caminhada e corrida trazem benefícios invisíveis para os iniciantes (Foto: Guilherme Leporace / Ag. O Globo)




















É claro que esses benefícios são esperados e acabam se manifestando, mas sabemos que eles não aparecem tão rapidamente quanto se gostaria. Benefícios estéticos demoram um pouco mais para aparecer e requerem não somente uma ajuda da genética como também uma boa dose de persistência e determinação.
O que não pode acontecer é um desânimo decorrente da eventual demora para a manifestação desses benefícios estéticos. A pessoa que caminha ou corre, nas primeiras semanas, certamente adquire o que podemos chamar de benefícios invisíveis do programa. Trata-se de modificações que não vemos na balança, nem no espelho ou na fita métrica. São benefícios que não vão melhorar a estética ou a beleza, mas vão proporcionar resultados de um valor bem maior. Promovem saúde!
Estes benefícios invisíveis são modificações metabólicas e hemodinâmicas como controle e normalização da pressão arterial, redução do colesterol ruim, aumento do colesterol bom, controle da glicemia e etc. Resultados como esses sempre aparecem, apesar de na maioria das vezes até passarem despercebidos.
Podemos dizer que este é o primeiro degrau a ser escalado. O degrau seguinte será o da estética. Na escalada dos benefícios da caminhada e da corrida, para alcançarmos o degrau da estética, temos primeiro que subir o da saúde!
 * As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.
Turibio Barros é Mestre e Doutor em Fisiologia do Exercício pela EPM. Foi membro do American College of Sports Medicine, prof. e coord. do Curso de Especialização em Medicina Esportiva da Unifesp e fisiologista do São Paulo FC e coord. do Depto de Fisiologia do E.C. Pinheiros -www.drturibio.com

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