Além da adequação do volume de treinos e dos períodos de descanso, os casos de tendinite exigem uma visão global do corpo para evitar complicações
Por Raquel CastanharoJundiaí, SP
Tendinite, tendinose, tendinopatia. Deixando a terminologia técnica de lado, estas palavras se traduzem na conhecida dor no tendão, a estrutura que fixa os músculos aos ossos. Ele é relativamente rígido e não contrátil, ou seja, não tem a capacidade de contração e relaxamento do músculo, e pode ser comparado a uma corda, que é tensionada toda as vezes em que o músculo se contrai.
As dores e inflamações no tendão surgem quando essa estrutura está sob algum tipo de sobrecarga, como em casos de excesso de treinamento, movimentos repetitivos e tempo de repouso inadequado entre os treinos. Mas quem já sofreu com lesões no tendão deve ter percebido que controlar apenas os fatores citados não resolve completamente o problema, não é mesmo? Isso porque, muitas vezes, a causa da sobrecarga no tendão pode ter sua origem no desequilíbrio entre os músculos do corpo e em padrões de movimento inadequados.
Vou citar o exemplo da tendinite do tendão de Aquiles para explicar: o tendão de Aquiles fixa o músculo da panturrilha ao osso do calcanhar. Ele fica tensionado todas as vezes em que a panturrilha se contrai ou quando ele é alongado. Então, se durante os movimentos a panturrilha está contraindo mais do que deveria ou o tendão está sofrendo mais alongamento do que aguenta, a tendinite vai aparecer.
saiba mais
Na corrida, essa situação de sobrecarga do tendão de Aquiles acontece, por exemplo, se há uma fraqueza das musculaturas do quadril e do joelho, o que faz com que a panturrilha tenha que trabalhar em dobro para compensar esse déficit, e o tornozelo se mova de forma inadequada, prejudicando ainda mais o tendão.
Por isso, além da adequação do volume de treinos e dos períodos de descanso, os casos de tendinite exigem uma visão global do corpo. Se estiver sob tratamento para esse tipo de problema, não deixe de lado o fortalecimento dos grupos musculares das partes do corpo não acometidas, porque isso pode fazer a diferença na sua recuperação.
* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe suas dicas e considerações